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Vendas de bacalhau aceleram 8% no retalho para 244 milhões de euros

Vendas de bacalhau aceleram 8% no retalho para 244 milhões de euros

As vendas de bacalhau cresceram 8% nos canais de retalho, sobretudo as propostas congeladas prontas a cozinhar. No canal Horeca, o cenário inverte-se. As medidas restritivas que afetam a restauração estão a transferir o consumo do “fiel amigo” para dentro dos lares, beneficiando lojas de pequena dimensão e hipermercados.

Como explica Leonardo loureiro, sales consultant da Nielsen, em declarações ao Hipersuper, os valores registados parecem indicar que a categoria acompanha tendências aparentes entre os BCG (Bens de Grande Consumo) e o modo como os portugueses encaram a compra de ingredientes e a confeção de refeições. Ou seja “a procura parece ser pela oferta que maior comodidade apresenta em termos de preparação. Tal pode ser explicado pelo facto de a generalidade dos consumidores levarem vidas mais ocupadas e sentirem falta de tempo para cozinhar. Como consequência, os consumidores são mais proativos na procura por uma oferta que lhes permita poupar tempo mediante uma utilização mais fácil e, assim, equilibrar a vida profissional e pessoal, ficando com maior disponibilidade para outros aspetos no seu dia a dia”.

Fátima Macedo, brand manager da Brasmar, lembra, por outro lado, que as restrições impostas ao canal Horeca para combater a propagação da pandemia da Covid-19, também contribuíram para o menor dinamismo verificado nas vendas de bacalhau seco. “A conjuntura atual teve um impacto significativo nas vendas de bacalhau, em especial, no canal Horeca, refletindo-se nas vendas globais desta categoria. Com o fecho da restauração e o cancelamento de eventos houve um impacto mais acentuado nestes produtos, em comparação com outras categorias comercializadas pela Brasmar. Os eventos e a restauração são responsáveis por uma importante fatia da faturação de bacalhau seco e demolhado, pelo que é inevitável este decréscimo de vendas”, sublinha a responsável. Esta tendência encontra também justificação nas diferenças geográficas e entre os diferentes tipos de consumidores.

Concretamente no setor do retalho, registam-se também diferentes evoluções de acordo com o formato de comércio. No caso do bacalhau seco, são as lojas de dimensão reduzida que registam a maior evolução em valor no período em análise, com um crescimento de 10,7% em termos homólogos. No que diz respeito ao bacalhau congelado, é nos hipermercados que a faturação mais aumenta, com uma subida de 21,1%.

Vendas em Promoção aumentas nas versões congeladas

A brand manager da Brasmar afirma que, apesar de a recessão económica, “que se prevê ser a mais profunda dos últimos tempos”, estar a afetar os hábitos de consumo dos portugueses que “têm procurado equilibrar o seu cabaz de compras com alguns produtos mais baratos”, a política promocional da Brasmar está assente em ações pontuais. “Grande parte das oscilações de vendas das marcas são suportadas pelas promoções. Esta tendência verifica-se de forma transversal, e em todos os produtos, pelo que procuramos sempre reforçar a nossa principal preocupação e compromisso com a qualidade e sabor dos produtos. As promoções, embora façam parte da estratégia das marcas, no caso da Brasmar tendem a ser muito pontuais, tendo objetivos muito concretos como, por exemplo, o de potenciar o conhecimento e experimentação de novos produtos”.

A Brasmar também estima que a faturação deste ano será afetada pela situação económica e sanitária. “As perspetivas para este ano estão obviamente condicionadas pela atual situação económica mundial causada por esta pandemia. Ainda assim, em algumas categorias específicas aumentamos a quota de mercado, pelo que nessas áreas de negócio a faturação face a 2019 irá ser superior”, garante Fátima Macedo. No ano passado, a empresa registou um volume de negócios de 228,5 milhões de euros.

Brasmar conquista novos mercados internacionais

Apesar de a pandemia ter provocado uma desaceleração do consumo nos mercados internacionais, a Brasmar conseguiu chegar a novos mercados em 2020, vendendo atualmente os seus produtos em mais de 40 países. “A título de exemplo, nos primeiros meses do ano abrimos quatro novos mercados. À data de hoje, contamos com filiais em seis países, inaugurando recentemente uma filial nos Estados Unidos (Florida), mercado onde pretendemos reforçar a nossa equipa comercial e presença permanente”, conta a brand manager da Brasmar.

O mercado europeu, em especial os países mais próximos de Portugal, como Itália, Espanha, França e Suíça, é o que tem mais peso nas vendas internacionais, seguindo-se o Brasil. No mercado espanhol, as aquisições das empresas La Balinesa e Foncasal vieram fortalecer a presença do grupo neste mercado, não apenas em volume de negócios, mas também no aumento da oferta de produtos. A empresa está ainda a desenvolver os mercados da região do mediterrâneo e norte-americano. Os mercados internacionais correspondem a 55% do volume de negócios da empresa.

Com uma capacidade de produção total de 4.500 toneladas por mês, cerca de 50% é destinada à exportação. O grupo Brasmar tem em curso um valor de investimentos que ronda os seis milhões de euros, nomeadamente, nas unidades de produção da Trofa, Gafanha da Nazaré, Brodr Aarseth, na Noruega, e nas unidades de Espanha, Balinesa e Foncasal.

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