Brasmar espera pescar vendas de 270 milhões
Brasmar espera pescar vendas de 270 milhões
Grupo português do setor alimentar de produtos do mar quer consolidar vendas nos mercados onde está presente, mas não afasta lançar a rede a novas oportunidades. Expectativa para a “safra” é a de que renda mais 30 milhões de euros do que 2021.
Depois de, no ano passado, ter superado a agitação provocada pela pandemia, a portuguesa Brasmar pretende continuar a aproveitar a maré. Depois de ter aberto o ano com uma aquisição (e de não afastar eventuais outras) ambiciona fechá-lo com uma faturação 30 milhões de euros acima do ano passado.
“Para 2022 esperamos ultrapassar os 270 milhões em termos consolidados”, adianta o CEO da Brasmar, Sérgio Reis, ao Negócios. Em perspetiva está assim um aumento de 12,5% face aos 240 milhões de euros registados em 2021, altura em que “a empresa recuperou o que tinha descido em 2020 devido à pandemia”, depois de o crescimento “significativo” na grande distribuição se ter revelado insuficiente para compensar o impacto do “muito afetado” canal horeca (hotéis, restaurantes e cafés).
Para este ano, a estratégia da empresa participada do VigentGroup e do “private equity” MCH passa por cimentar as conquistas alcançadas no âmbito da aceleração do processo de internacionalização. “De momento, estamos concentrados na otimização das nossas unidades produtivas e no crescimento da consolidação nos mercados em que estamos presentes”, diz Sérgio Reis.
Esse é, aliás, o caso de França, onde a Brasmar adquiriu, no início deste ano, a Sedisal (com uma faturação na ordem dos 13 milhões de euros, destacada aquando da operação como dominando a área da distribuição de polvo e bacalhau refrigerado e por deter uma forte presença nos mercados francófonos), num negócio cujo valor não foi divulgado. “Entendemos que a Sedisal será importante para o fazer no mercado francês. A Sedisal representa há alguns anos a nossa marca Nuchar em França e, com a aquisição do seu capital, temos como objetivo não só consolidar mais as vendas desta marca no mercado francês, como também das outras marcas”, sublinha o CEO da empresa do setor alimentar de produtos do mar.
Novas aquisições dependem de oportunidades à tona
Embora o foco do grupo seja claro, Sérgio Reis não afasta a possibilidade de potenciais outras aquisições: “Estamos sempre atentos e disponíveis para analisar
novas oportunidades que possam surgir”.
Com efeito, em pouco mais de três anos, apareceram (ou pelo menos efetivaram-se) três. Antes da compra Sedisal, este ano, em França, o grupo bisou em Espanha, onde adquiriu a La Balinesa (dedicada ao salmão fumado) e a Foncasal (especialista em polvo cozido refrigerado e outros cefalópodes).
Fundada em 2003, a empresa conta atualmente com seis fábricas de processamento em Portugal, Espanha e Noruega. Emprega mais de 850 colaboradores e vende para mais de 40 países.
Embora não exporte nem importe da Ucrânia, Sérgio Reis sinaliza que “a guerra tem afetado indiretamente os negócios, nomeadamente no preço de diversas matérias-primas e de serviços”, com destaque para o “forte impacto nos custos” resultantes dos preços da energia e dos transportes.
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