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Instabilidade leva a seleção criteriosa de investimentos

Instabilidade leva a seleção criteriosa de investimentos

A incerteza quanto ao futuro não está a atrasar os planos de expansão das empresas de congelados, mas sim a obrigá-las a definirem critérios mais rigorosos. Porque qualquer operação tem de ser sustentável.

A pandemia alterou o comportamento de compra dos consumidores e afetou o negócio das empresas que atuam no setor dos congelados? A resposta inevitável é “sim”. O negócio foi impactado. Quer pela pandemia, pela atual instabilidade política, mas, também, pelo aumento dos preços da energia e das matérias-primas. O grupo Brasmar registou uma faturação consolidada próxima dos 240 milhões de euros, valor que, segundo o CEO do Brasmar Group, Sérgio Reis, foi o melhor ano de vendas do grupo.

Mas, qual o real impacto da instabilidade atual? Essa é uma conta difícil de fazer. Sérgio Reis lembra que os aumentos significativos nos preços que estão a ocorrer causam sempre impacto no negócio no curto ou no médio prazo, embora os comportamentos de compra possam ser um pouco diferentes consoante o tipo de
produtos. “Com um aumento significativo de preços há uma tendência de diminuição do consumo, sendo que, em alguns casos, pode ocorrer uma migração do consumo para outras espécies alternativas mais económicas”, constata o CEO do Brasmar Group.

A subida dos preços variou de produto para produto, lembrou Sérgio Reis, acrescentando que os fatores das subidas foram diversos, no entanto, o aumento exponencial dos custos dos transportes marítimos foi transversal a uma grande parte das espécies, tendo este, pesos diferentes consoante a origem do produto.

Sérgio Reis afirma que o grupo continua a sentir uma instabilidade muito alta ao nível dos transportes, nomeadamente marítimos, que se traduz num aumento muito significativo do seu custo (há origens nas quais o custo do contentor multiplicou por seis vezes e até mais), a que acresce a própria indisponibilidade de contentores
ou espaços nos navios. “Isto traduz-se em fortes atrasos nos embarques e, consequentemente, em atrasos na chegada de mercadoria que acaba inevitavelmente em ruturas de stocks e, também, em perdas de vendas”, constata.